segunda-feira, 20 de julho de 2009

O limite do eu, o limite do outro

É incrível como o medo pode fazer a gente se omitir.
Eu tenho medo de muitas coisas e, na verdade, não é algo que me derrube do dia pra noite. De fato, há quem diga que o medo é algo que nunca passa e, ainda por cima, pode ser bom, pois te mantém vigilante.

Dentro de uma sociedade na qual são raras as pessoas seguras de si, ninguém, por medo, é si próprio plenamente, pois implicaria a renúncia da percepção alheia em relação ao mundo...mas o que realmente vem a ser um problema é o excesso de insegurança.

Pense em quantas personalidades você já "roubou", quantas pessoas você já imitou ou, em determinada situação, perguntou o que essa pessoa, seu referencial, faria naquela ocasião.

Usa-se a personalidade alheia como endosso para fazer parte de uma massa, e em instantes vê-se o mundo separado em grupos, e os grupos em hierarquias com mandantes e mandados. Quem se impõe cria um novo grupo, pois dificilmente um "comandante" divide seu posto ou permite que alguém lhe questione a autoridade. O que ele faz ou pensa se propaga entre os seus iguais, tal qual a luz que se espalha sobre objetos diversos, diferentes entre si, mas constituintes de um mesmo universo.

Essa luz, às vezes, é forte demais, e não permita à visão a diferenciação de traços e contrastes, preenchendo tudo uniformemente: uma só opinião, um só estilo, um só peso.
A identidade se perde em meio aos mesmos tons e gostos, e já não é mais possível confrontar a massa. Seria duelar consigo.

Há de se saber o momento certo de ser luz, e de ser sombra, ou de ser apenas um nuancezinho vagabundo de background. Impossível mesmo é crescer omisso sob o clarão, ou recluso no total escuro, pois se isso te protege do pavor de ser você mesmo, certamente não te poupará da tristeza de, dentro de um grupo, ser qualquer um.

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2 Comentários:

Blogger Tom disse...

Gente, papo profundo demais pra alguém que tá com o estômago vazio... hehehe
Abraço!

3:30 PM  
Anonymous Anônimo disse...

"O limite do eu, o limite do outro", é preciso conhecer ou pelo menos prever os nossos extremos. A sociendade? Ah, essa é o reultado coletivo dos "nós" individuais. Boa reflexão Bru! Um brinde!

Beijos!

2:22 PM  

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