quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Let me get out!

Há sempre um dia em que acordamos com a sensação de que falta uma peça.
Daí a gente pensa que é fome, e vai para a cozinha, esquentar o leite e passar geléia nas torradas. A refeição é boa, a manhã é agradável, mas não é disso que estamos sentindo falta.
Você pega então sua roupa, seus pertences, e vai para o trabalho, pois provavelmente o que você sente é a necessidade de ser útil a alguém, e fazer a sua parte. Daí você se afunda nas planilhas, nos relatórios, nas conversas profissionais e se envolve com as coisas que consegue lidar. Ainda falta algo.
Então você sai do expediente, vai ao supermercado, lembrando das coisas que lhe faltam, lembrando das contas a pagar, lembrando dos compromissos, lembrando as linhas de ônibus que te levam, achando que ter o controle da rotina fará com que esse vazio desapareça. Ele não se vai.
Você chega em casa, se alimenta, assiste algum programa sem futuro na televisão, e espera que a chegada do sono finalmente preencha essa lacuna que te perturba desde cedo.
O sono vem, e você dorme, mas ela ainda está lá, não importa o quanto fuja, ou o quanto esteja ocupado demais para ela. Quando você acordar de madrugada, ela será o seu foco, no próximo fim de semana sozinho, ela será teu silêncio. Na próxima festa, o teu copo, no teu próximo papo, o adeus.

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