segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ensaio sobre o Futuro

Sabe, falar sobre o amanhã é coisa realmente difícil. Digo isso porque estou bem a uns 15 minutos deitado na frente do teclado tentando inventar uma introdução instigante pra um texto cujo tema já foi definido [funcionou?].

O futuro não é algo só difícil de expressar no papel, [ou na tela, whatever] mas na própria vida, as pessoas têm dificuldade de perceber, na real, quais são as suas expectativas, ainda mais num mundo onde, de repente, as opções que antes eram dar sorte no amor e cozinhar bem [gals] ou assumir os negócios do pai [guys], de repente se transformaram em 200.000 profissões, não casar, morar no exterior, usar roupas rasgadas, só consumir produtos diet, idolatrar o próximo músico alternativo a virar mass media, etc... e isso não é ruim, só confuso.

Eu sempre passo muito tempo da minha vida me perguntando o que será que eu quero ser amanhã, considerando divertido pensar em quantos filhos teria, se minha casa seria visual clean ou extravagante, ou se seria um apê em tons de cinza pelo qual eu transitaria livremente em roupas íntimas apreciando a minha independência single, como se o amanhã estivesse formatado em algum dia no meu horizonte e eu numa timeline, seguindo em velocidade constante em direção às pessoas que quero ser.

Mas nesse final de semana, eu senti um grande baque, e tbm um grande alívio, ao perceber que o futuro não vai chegar...não no formato que eu espero.

Em uma das poucas conversas que tenho com meu roomie, dezessete anos mais velho que eu [não acho fino pôr idade, façam as contas], e que por esse motivo já viveu bem mais coisas do que eu, eu coletei, meio que sem querer, um dos depoimentos que acho que faltava pra pôr a cabeça nos eixos.

Ele me contou algumas coisas de quando tinha minha idade: família, relacionamentos, estudos, e de como a vida dele era diferente quando ele tinha que lidar com tudo isso, e sem mais nem menos, a conversa foi mudando de rumo:

R: Hoje eu vejo que, se eu tivesse tomado algumas decisões, minha vida ia ser bem diferente do que é hoje.

Bru: Diferente como? Diferente pode ser bom ou ruim...

R: Poderia ser melhor, talvez se eu tivesse casado, tido filhos, já teria filhos com 18 anos, acredita? Acho que eu não escolheria essa vida, apesar de estar sempre "acompanhado" e tal, a gente, no geral, é bem sozinho. Acho que eu teria feito bastante coisa diferente de lá pra cá.

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Sabe, eu fiquei me perguntando, e perguntando outras coisas a ele também, e foi uma noite na qual me questionei bastante, a ponto de passá-la em claro, na sala.
Li recentemente que stress e frustração são oriundos de um momento em que ficamos desconfortáveis por não estarmos na situação que desejamos.

Eu tenho expectativas bem altas para o meu futuro, mas talvez não adiante só querer o melhor em cada aspecto da minha vida, e pensar fixamente nisso. O futuro já está acontecendo, e eu preciso acontecer com ele, caso queira chegar ao menos perto das coisas que almejo: o amanhã de ontem foi hoje, e o que será que eu fiz na direção à pessoa que quero ser? Será que estou caminhando pro meu objetivo? Ou será que estou caminhando em direçao ao stress e à frustração?

Bom, eu não queria mesmo ser inconclusivo sobre tudo o que eu acho que eu escrevi aqui, mas acho que a única coisa que posso dizer com base nisso é que eu também li a Vida Simples desse mês e recomendo a vocês lerem, e refletirem um pouco, a respeito do que é a sua vida hoje, e o que quer que aconteça amanhã. Se a gente está no caminho certo, cada qual com seu grande universo dentro da cabeça, é algo que não saberemos neste plano...e nem no outro, caso esse papo de julgamento seja lorota da brava, mas ter o próprio caminho, good, bad or mediocre, vai ao menos te fazer sentir que tem alguma autonomia, aquela mesma que define que as mulheres não precisam mais contar só com a sorte no amor e o talento na cozinha para serem felizes, e os homens, com os negócios do pai.


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"Escrevi futuro no google e apareceu isso. Passo a minha chance, e vocês?"


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