quinta-feira, 28 de maio de 2009

Oração diária

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Gere muitas conversões
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O banner nosso que será produzido hoje
correta esteja vossa clicktag
assim como correto esteja o plano de mídia defendido
e não nos deixeis suspender veiculação
mas livrai-nos do underdelivery.

Amém.



E que a nossa paciência também seja santa, porque o nosso dia não é.

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domingo, 17 de maio de 2009

Divagação

"É o movimento que nos faz estáveis", escrevi certa vez em um dos poeminhas perdidos no caderno com desenhos na capa, que ficou no interior. É uma frase que vez ou outra volta à minha memória, como as falas de um desenho bobo assistido mil vezes, e que eu não sei por que continua cravada na minha cabeça, que poderia ser reutilizada fazendo a gravação de novas informações.

Ontem, hoje, semana passada, mês passado, no curso de teatro vários anos atrás, talvez eu tenha lembrando dessa frase tantas e tantas vezes desde que a escrevi que ela se desconstruiu, ficou assim, quase profecia, mas totalmente desprovida de
semântica. Acho que a vida não tem a ver com isso não...aliás, tem sim, desculpe, tem a ver com a frase. O que quis dizer é que a vida não tem a ver com a falta de sentido, embora esteja bem cheia dela:

Vi esses dias que uma pesquisa do PNAD apontou que 25% dos brasileiros acima de 15 anos são analfabetos funcionais. São aquelas pessoas que sabem o que é um A, sabem o que é um Z, sabem que a soma de algumas letras resultam na palavra banana e sabem até ler paralelepípedo sem pestanejar, mas na hora de interpretar um artigo de jornal [eu ia falar horóscopo, mas esses ninguém entende mesmo], ou escrever uma redação, se encrencam.

That's sad.

Então agora educamos as pessoas para lerem informações que elas não entendem...como conversores de letras em som. Levando isso em consideração, em que somos melhores que os computadores? Não quero questionar isso, pois esse post se tornaria um protesto político, e eu prefiro acreditar que Brasília é apenas o nome de um carro velho sometimes. Acho que o problema nem é tão macro como se imagina.

Me lembro dos professores no colegial. Não sei se eles eram ótimos em método, porque até então eu não tinha critério para avaliar se o que eu nunca tinha visto na vida estava errado ou não, e bem por disso, hoje sendo universitário, olho para trás e vejo que eles não ensinaram tanto quanto deveriam, e tampouco eu aprendi tudo que eles disseram, ou o que deveria trazer do colegial.

Me lembro da Márcia, de Português. Ela era baixinha, e amável de se conversar, mas quando entrava em sala, cara, era o Wild Bill lá na frente. Copiávamos lousas e lousas de conteúdo, ela era alvo de muitas piadas, e acabava as aulas tão estressada que nós nunca conseguíamos ter uma explicação clara o suficiente das coisas.
Agora passou, e todos nós, comediantes de sala ou não, temos que gastar com livros sobre gramática para entender que porra é essa de antítese e como usa. E eu vou te falar que a porra da antítese faz muita falta quando se escreve.

É fato que, para que uma pessoa consiga transferir uma experiência de vida, ou um ensinamento qualquer para outra, deve haver, além de um vínculo entre os dois, uma causa maior, uma motivação. Aliás, acredito que essa seja a palavra chave: motivação.

Gradualmente, ensina-se menos do que antes, e gradualmente aprende-se menos ainda. Os alunos, no alto de sua imaturidade, ignoram, pois não têm critério de avaliação. Os professores, no alto de uma montanha não menos alta que a de seus pupilos, pararam de acreditar no seu potencial de mudança social, deixando assim de estimular os alunos a pensarem, e assim todos viram caixinha de absorção de dados. Ensinar virou uma missão sem sentido.

A perspectiva é estranha....provavelmente amanhã vamos achar espantoso alguém que dê uma idéia nova porque pensou.

Vocês devem estar se perguntando o que isso tem a ver com a frase acima, não é?
Talvez não tenha a ver com ela em si, mas com o que senti da última vez que lembrei dela: foi hoje, quando, apesar de estar cheio de coisas para fazer, não consegui encontrar motivação para nada. Fiquei me perguntando por quê eu não era outra pessoa, por quê não sabia mais do que sei, me desapontando com o fato de que ainda tenho muito que caminhar para trabalhar com o que quero.

Mas um detalhe positivo me chamou bastante atenção: pelo menos agora eu sei em que direção quero ir. E agora preciso caminhar para ela, porque a frase fez sentido, e para ela, deixei de ser um analfabeto funcional.

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domingo, 10 de maio de 2009

Você? Nem com açúcar na pele...

Quem foi o babaca que inventou o clube social com recheio? Emputeci agora.

Tá bom, tá bom, tenho que admitir que comi, e isso aconteceu mais de uma vez, mas nem é assim tão bom, gente, nem aquele de cebola e salsa...

Acho democrático, o club social por si só, é um biscoitinho seco, que vai bem com qualquer coisa, ele é tão símbolo da independência single que vem em pacotinhos com 6, indivisível, absoluto.

Se o clube social fosse uma pessoa, ele certamente seria aquela tua amiga solteira, que tem opinião formada pra tudo, e que você vê sempre que precisa desabafar, mas não quer fazer escândalo. Ela te dá suporte, e você não se sente culpado porque não teve um ataque de pelanca.

Um dos meus maiores prazeres dos domingos em que não enfrento cozinha (como hoje), é pegar vários daqueles pacotinhos bonitinhos daqueles com 6 mini biscoitos, colocar em um prato com uma faca, algum recheio (que pode ir de geléia a maionese com tempero de barbecue) subir pro quarto com essa bela composição, uma faca, e passar piece-by-piece, enquanto leio, uso a internet, etc, etc...

Ah, clube social, se ele fosse gente, seria minha amiga, independente, que quando eu to solteiro e tristonho, vou pra balada e encontro ela, cada noite com um "recheio" diferente, e - porque não - às vezes dois diferentes numa noite de extravagância. E eu olho pra ela convencido de que a vida pode ser diferente, mais divertida e suave.

Pois é....agora o clube social me apareceu esses dias acompanhado, e quando eu digo acompanhado não é do tipo "raspe a cobertura". Eles não se desgrudam mais, mesmo que você não consiga acreditar que daquela mistura inusitada saia um resultado bom.

Há quem goste da nova versão, e a embalagem e formatos continuam bem parecidas com a antiga-livre-leve-e-solta...como se te prometesse que o namoro dela com esse fulaninho, o recheio, não fosse mudar nada nossa rotina, nossa "amizade", mas sempre muda, ela traiu o movimento para o qual nasceu, traiu a nossa imaginação de qual seria seu próximo acompanhamento, e tbm a capacidade de ser tão, tão boa que mesmo sozinha já conseguia ser o máximo. Enfim,traiu seu poder single absoluto, indivisível. E eu vou ter que aceitar que a minha amiga esteja acompanhada, e vou aceitar também que enquanto ela estiver com esse fulaninho, o recheio, terei que procurar outras marcas single, quase tão boas quanto ela, pra suprir a falta desse referêncial de ser independente.

Sim, pois, por mais improvável que tudo isso pareça, ela encontrou um recheio fixo,
pra chamar de seu e sair anunciando na embalagem, estilo coleirinha Eike Batista, coisa que a Tostitas, por mais que tente, por ser já tão boa e adocicada sozinha, não vai conseguir.

Bela decisão do marketing da Kraft, ao que parece seu produto chegou à maturidade.

To esperando para ver o que a Nestlé vai fazer por mim.

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