Há um preço a ser pago por ser uma pessoa de palavras inteiras.
Tem muito a ver com a escolha de um território, a defesa de um espaço e um pequeno reinado.
A cada dia percebo que ter escolhido um caminho, trilhá-lo, segurando cada conquista e construindo pé ante pé a estrada do amanhã, por simples que pareça, é um desafio contínuo a convicções.
Adoraria dizer de maneira intransigente e infantil que tenho certeza das minhas certezas, mas às vezes tenho medo: medo da duvida, medo do medo e medo do errado. Tenho ainda outros medos que não pronuncio. O poder da palavra é imenso, então.
Me resta acreditar na faceta de explorador. Não há certo, ou errado, e não peguei um desvio,
TUDO É DESCOBERTA.
Há ainda esse mundo que escolhi. Esse reinado que instituí sobre coisas que ninguém quis. Desse reinado custo a desapegar, ele é todo meu.
Vez ou outra me pergunto se é preciso abdicar do trono, se seria essa a renúncia total pela qual passam as pessoas que querem mudar.
Vez ou outra me pergunto se isso tudo é mesmo real. Vez ou outra, perco o sono.